Lembro-me claramente daquele sábado chuvoso quando eu estava com um pensamento martelando em minha mente “Como se tornar um hacker?”.
Aquela dúvida me fez explorar alguns fóruns de tecnologia que tinha ouvido falar. Foi ali que comecei a minha jornada. Inicialmente, achei que sabia do que se tratava: pessoas mal intencionadas, buscando quebrar sistemas e roubar informações.
Essa era a narrativa comum na mídia e nos filmes. Mas à medida que lia mais, comecei a perceber que havia outra face da moeda. Havia hackers, sim, que usavam suas habilidades para fins maliciosos.
Mas havia outro grupo, os chamados hackers éticos, que utilizavam o mesmo conjunto de habilidades para proteger sistemas e redes. Eles eram os “mocinhos”, trabalhando silenciosamente nos bastidores para garantir que as informações permanecessem seguras.
A ideia de ser alguém que “vira o jogo”, usando seu conhecimento para fazer o bem, imediatamente me atraiu. Foi nesse dia que decidi que queria aprender mais sobre esse mundo e, quem sabe, tornar-me um hacker ético.
Qual a importância do hacker ético?
No decorrer das semanas seguintes, dediquei-me a entender mais sobre o mundo do hacking. E a cada artigo, vídeo e fórum que visitava, ficava cada vez mais claro o impacto que os ataques cibernéticos tinham sobre as empresas.
Grandes corporações, com seus vastos recursos e orçamentos, estavam sendo vítimas de ataques sofisticados, resultando em perdas milionárias e danos irreparáveis à reputação.
Um caso em particular me marcou. Uma das maiores redes varejistas do mundo foi vítima de um ataque que expôs dados de milhões de seus clientes. Isso não só resultou em uma perda financeira direta, mas também em uma quebra massiva de confiança.
Consumidores estavam hesitantes em fazer compras lá, com medo de que suas informações pudessem ser comprometidas novamente. Era evidente que, na era digital em que vivíamos, a segurança cibernética não era apenas um luxo, mas uma necessidade.
Isso me fez pensar: se as empresas estão tão vulneráveis assim, o quanto elas estariam dispostas a investir em profissionais que poderiam ajudá-las a se proteger? A ideia de ser esse tipo de profissional, um defensor da segurança digital, parecia cada vez mais atraente.
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Como se tornar um hacker ético?
Movido pela nova determinação, embarquei em uma jornada de autodescoberta e aprendizado. Mas não sabia direito por onde começar, nem que passos deveria seguir para me transformar em um hacker ético.
A busca por formação
Eu sabia que precisava de uma base sólida. Busquei por cursos e, logo, encontrei o CEH – Certified Ethical Hacker. Era um dos mais recomendados para aspirantes a hackers éticos como eu.
Inscrevi-me e mergulhei de cabeça. O curso foi intenso, cobrindo tudo, desde os fundamentos das redes até técnicas avançadas de invasão.
Enquanto isso, participei de fóruns, juntei-me a grupos de estudo online e fiz cursos adicionais. A comunidade de hackers éticos, para minha surpresa, era incrivelmente acolhedora e disposta a ajudar.
Ferramentas e tecnologias
Quando comecei a colocar a mão na massa, percebi a importância de dominar as ferramentas certas. Instalei o Kali Linux, uma distribuição pensada especificamente para testes de penetração e segurança.
Com ele, explorei ferramentas como Metasploit e Wireshark, cada uma com sua própria especialidade em ajudar a descobrir e explorar vulnerabilidades.
Mas não era apenas sobre ferramentas. Era crucial entender profundamente os sistemas operacionais, protocolos de rede e como os diferentes softwares interagiam entre si.
Isso me levou a uma jornada paralela de aprendizado sobre o funcionamento interno das tecnologias que usamos diariamente. Posso dizer que passei a ter uma outra visão.
Pensamento crítico e ético
Em várias ocasiões, enquanto explorava vulnerabilidades em ambientes de teste, me dei conta do poder que estava em minhas mãos.
Seria fácil demais cruzar a linha e usar esse conhecimento de forma maliciosa. Mas a cada vez, me lembrava da razão pela qual tinha começado essa jornada: proteger e ajudar, não prejudicar.
Foi uma combinação desses três pilares – educação, domínio de ferramentas e ética – que me moldou. E enquanto avançava, estava cada vez mais preparado para o próximo passo: entrar de fato no mundo profissional dos hackers éticos.
Como se tornar um hacker para ajudar grandes corporações?
Equipado com habilidades recém-adquiridas e uma paixão ardente, comecei a explorar oportunidades para aplicar meu conhecimento.
Eu estava ansioso, mas também um pouco apreensivo. O mundo real seria mais desafiador do que os ambientes controlados dos meus estudos. E assim eu comecei minha jornada.
Penetration tester
Meu primeiro trabalho foi como testador de penetração para uma pequena firma de consultoria em segurança. A adrenalina de ser contratado para, essencialmente, “invadir” sistemas de clientes (com permissão, claro) era palpável.
Cada projeto era um novo enigma, uma oportunidade de identificar e corrigir falhas antes que alguém mal-intencionado o fizesse. Aquilo me trouxe uma grande experiência.
Consultor de segurança cibernética
Com a experiência adquirida, logo migrei para uma função de consultoria. Aqui, o escopo era mais amplo. Não era apenas sobre encontrar vulnerabilidades, mas também sobre ajudar empresas a construir uma postura de segurança robusta desde o início.
Era gratificante ver as transformações, ver empresas antes vulneráveis tornarem-se fortalezas digitais. E isso me deu mais autoridade na área.
Pesquisador de vulnerabilidades
Então encontrei minha verdadeira paixão na pesquisa. Mergulhar profundamente nos sistemas, identificar novas vulnerabilidades e, em seguida, trabalhar com empresas e comunidades para corrigi-las.
Era um jogo constante de gato e rato, mas que beneficiava a todos. Ao olhar para trás, percebo que cada etapa da minha carreira me ofereceu uma perspectiva única.
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Como as grandes corporações se beneficiam dos hackers éticos?
Ao longo dos anos, à medida que mergulhei mais fundo na indústria, comecei a observar um padrão intrigante. Enquanto algumas empresas eram inicialmente céticas em relação à contratação de hackers éticos, considerando-nos uma “ameaça necessária”, outras reconheciam o valor inestimável que trazíamos à mesa.
1. Antecipação de ameaças
Enquanto trabalhava como testador de penetração, era evidente que as empresas mais proativas eram aquelas que conseguiam evitar violações de dados significativas.
Ao nos contratar para simular ataques reais em seus sistemas, essas corporações podiam identificar suas fraquezas antes que hackers mal-intencionados o fizessem. Era uma abordagem proativa que economizava milhões.
2. Formação contínua
Uma grande empresa de tecnologia para a qual prestei consultoria investiu pesadamente em treinamento de segurança.
Eu era frequentemente convidado para sessões de treinamento interno, onde ensinava aos desenvolvedores as melhores práticas de codificação segura. Esta formação reduziu drasticamente o número de vulnerabilidades em seus lançamentos de software.
E foi aí que eu comecei a pensar em realizar cursos, workshops, e ajudar outras pessoas por meio do conhecimento. Mas ainda assim, continuei atuando na prática.
3. Construção de confiança com os clientes
Em um mundo onde violações de dados estavam se tornando manchetes frequentes, as companhias que demonstravam compromisso com a segurança cibernética tinham uma clara vantagem competitiva.
Os clientes preferiam fazer negócios com organizações que levavam a segurança a sério. E a contratação de hackers éticos era uma forte indicação desse compromisso.
4. Contribuição para a comunidade
Gosto de dizer que a segurança cibernética não é uma questão de “eu ganho, você perde”. É um jogo de equipe. Empresas líderes perceberam isso e começaram a recompensar hackers éticos por meio de programas de recompensa por bugs.
Ao oferecer incentivos para a descoberta de vulnerabilidades, essas corporações não apenas reforçam sua própria segurança, mas também contribuem para um ecossistema digital mais seguro.
No final das contas, a colaboração com hackers éticos não era apenas uma medida de proteção. Era uma estratégia inteligente de negócios.
E para alguém como eu, que começou sua jornada com uma simples curiosidade, era recompensador ver que o mundo estava começando a entender e valorizar o papel crucial que desempenhamos.
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