A cada ano que passa as pessoas e empresas estão se tornando mais interconectadas, dependentes da tecnologia. Não há mais como pensar nossa vida sem os dispositivos como smartphone e notebook. E nesse cenário é que surge o hacker.
Ainda que a expressão possa remeter a alguém do mal que invade sistemas, a verdade é que o termo também faz referência ao profissional que avalia a segurança dos sistemas de empresas, incluindo bancos.
Eles se tornaram fundamentais, ainda mais diante do aumento do custo do cibercrime, que segundo o relatório da Cybersecurity Ventures, deve ultrapassar US$ 6 trilhões neste ano.
Neste artigo eu vou mostrar o que é ser um hacker, quando surgiu este termo, quais as habilidades que é necessário desenvolver, e quais são os principais tipos. Vem comigo!
O que é ser um hacker?
Um hacker é alguém dotado de uma curiosidade insaciável, e possui a habilidade e determinação de explorar e manipular sistemas para alcançar resultados não previstos por seus criadores originais. Ele tem a capacidade de ver além do uso convencional de ferramentas, desafiando limitações e repensando as regras.
Esse profundo entendimento técnico, combinado com uma mentalidade de “pensar fora da caixa”, permite ao profissional identificar vulnerabilidades, criar soluções inovadoras e até mesmo construir novos sistemas ou ferramentas a partir de recursos existentes.
No entanto, é crucial diferenciar os motivos e intenções dos hackers. Enquanto alguns usam suas habilidades para melhorar a segurança, promover o bem público e impulsionar a inovação, outros podem se inclinar para atividades maliciosas ou destrutivas.
Portanto, a arte do hacking não é inerentemente boa ou má; tudo depende da ética e intenção do indivíduo por trás do teclado.
Quando surgiu o termo hacker?
O termo “hacker” é frequentemente rastreado até o MIT (Massachusetts Institute of Technology) nos anos 60. Mais especificamente, originou-se com um grupo chamado “Tech Model Railroad Club” (TMRC).
Os membros deste clube eram entusiastas de trens em miniatura, e usavam o termo “hack” para descrever uma modificação ou improvisação nos circuitos dos trens e nas configurações de trilhos.
Logo, a terminologia migrou para os ambientes de computação do MIT, onde os primeiros “hackers” exploravam os limites do que os sistemas de computadores poderiam fazer.
Durante os anos 1970 e 1980, enquanto a cultura do hacking florescia e a computação se tornava mais mainstream, a imprensa começou a usar o termo para descrever indivíduos que invadiam sistemas de computadores, muitas vezes com intenções maliciosas.
Isso levou a uma mudança na percepção pública do conceito, associando-o mais com atividades ilegais do que com a curiosidade técnica e a habilidade desenvolvida.
Dessa forma, apesar de suas raízes positivas, o termo “hacker” na cultura popular hoje frequentemente evoca imagens de criminosos cibernéticos.
No entanto, na comunidade técnica, ainda é amplamente reconhecido em seu sentido original, descrevendo alguém com profundo conhecimento técnico e a habilidade de hackear ou resolver problemas de maneiras não convencionais.
Ao longo dos anos, tentativas foram feitas para diferenciar entre hackers bem-intencionados, chamados de “white hat” ou hackers éticos, e aqueles com intenções maliciosas, conhecidos como “black hat”. Vou falar sobre os principais tipos.
Mas antes aproveite para ler também:
- Teste de invasão: conheça as principais técnicas usadas por hackers;
- Hacker Gratuito: conheça as melhores ferramentas para começar a estudar.
Quais são os principais tipos de hacker?
Os hackers podem ser categorizados com base em suas intenções, objetivos e a legalidade de suas ações. Atualmente existem vários tipos, sendo eles:
1. White Hat Hackers (Hackers de chapéu branco)
São profissionais de segurança cibernética que usam suas habilidades para melhorar a segurança. Eles realizam testes de penetração e avaliações de vulnerabilidade com permissão da empresa, ajudando organizações a encontrar e corrigir falhas de segurança.
2. Black Hat Hackers (Hackers de chapéu preto)
Estes são os “criminosos” do mundo do hacking. Eles exploram sistemas e redes sem permissão, geralmente com intenções maliciosas, como roubo de dados, disseminação de malware ou simplesmente causando destruição.
3. Grey Hat Hackers (Hackers de chapéu cinza)
Esses hackers operam em uma zona moral cinzenta. Eles podem invadir sistemas sem permissão, mas geralmente revelam as vulnerabilidades ao proprietário do sistema, às vezes esperando uma recompensa ou simplesmente alertando sobre a falha.
4. Hacktivists
São ativistas que usam técnicas de hacking para promover ou apoiar causas políticas ou sociais. Exemplos notáveis incluem grupos como Anonymous e Lizard Squad.
Eles podem realizar ataques para chamar a atenção para uma causa ou para expressar descontentamento político. Geralmente aparecem com mais notoriedade na mídia após uma grande manifestação ou descontentamento social.
5. Script Kiddies
Este termo geralmente é usado de forma pejorativa para descrever indivíduos que usam scripts ou programas criados por outros para invadir sistemas, sem realmente entender o funcionamento interno dessas ferramentas.
6. Blue Hat Hackers
Principalmente na cultura de segurança da Microsoft, são os hackers externos convidados pela empresa para avaliar a segurança de seus sistemas antes do lançamento.
7. State-sponsored Hackers (Hackers patrocinados pelo Estado)
São hackers que trabalham direta ou indiretamente para um governo, conduzindo operações cibernéticas em seu nome. Eles podem ser empregados para espionagem, sabotagem ou até mesmo guerra cibernética.
8. Red Team e Blue Team
Em exercícios de segurança, a “Red Team” é frequentemente a ofensiva, tentando invadir sistemas, enquanto a “Blue Team” é defensiva, tentando defender e remediar os ataques cibernéticos.
Estes termos são amplamente utilizados em simulações de segurança e exercícios de treinamento. E com o aumento da digitalização estão sendo cada vez mais comuns.
Como podemos ver, o termo hacker não é algo ruim, mas foi distorcido com o tempo. Todavia, agora essa situação vem mudando, e muitas empresas já estão em busca de contratar profissionais com essas habilidades.
Abaixo vou mostrar como você pode começar o seu caminho para se tornar um hacker ético. Mas antes olha só esse desafio hacker que eu venci 👇
Como se tornar um hacker ético?
Para se tornar um hacker ético, o primeiro passo é investir em educação. Isso inclui buscar formação em ciência da computação, sistemas de informação ou campos relacionados e, em seguida, obter certificações especializadas em segurança cibernética.
Esses cursos e certificações fornecem as ferramentas e técnicas usadas por hackers éticos, que possuem o foco em usar esse conhecimento para proteger sistemas. Lembre-se, no entanto, que a prática é essencial.
Portanto, participar de plataformas como Hack The Box ou Capture The Flag (CTF) challenges pode oferecer experiências valiosas.
Finalmente, adote um código de ética rigoroso. Ser ético não é apenas uma escolha, mas uma obrigação para garantir que suas habilidades sejam usadas para melhorar a segurança, e não para explorar vulnerabilidades de maneira mal-intencionada.
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